As expressões “a Palavra de Deus é viva”, “a Palavra é eficaz” ou ainda “o Evangelho é atual” são comuns de serem ouvidas. A verdade destas expressões eu só experimentei a partir da prática da lectio divina.
A presença da Palavra em meu dia a dia me fez perceber o quanto ela contém os remédios, o incentivo ou a exortação de que preciso naquela situação, naquele dia. É o Senhor mesmo que vem falar (pois seguimos a liturgia diária proposta pela Igreja). E inúmeras vezes Ele veio dizer “coragem!”, consolando meu coração cansado dos afazeres ou das dificuldades da conversão; outras vezes foi duro ao me confrontar com minhas incoerências; outras tantas vezes veio confirmar seu amor por mim.
Rezar com a Palavra para mim é muito mais do que tentar entender as Escrituras ou as questões históricas envolvidas, mas busco meditar as palavras, reler, ruminar e conversar com Deus a partir dela.
Nem sempre é fácil ter este tempo de qualidade, dentro da minha rotina de mãe, esposa e trabalho.
Mas percebo que todo o meu dia em meio aos fazeres tem outro gosto, outro sentido quando consigo realizar uma boa lectio logo pela manhã. É como se a Palavra lida e rezada iluminasse todo aquele dia, fazendo com que me sinta guiada por Deus.
Quando iniciei esta prática de oração (através das regras da Comunidade Filhos da Cruz) tinha uma idéia errada de que a lectio era difícil, que só quem já está acostumado a estudar a Bíblia conseguiria fazê-la bem, que era trabalhosa e até que se tratava mais de um exercício intelectual de compreensão da Palavra de Deus. Ao passar do tempo, e no processo formativo, fui aprendendo e percebendo que a lectio é muito mais simples do que tudo isso. Que bastava meu coração aberto e a disposição de ouvir a Deus para que eu fosse encontrando seus ‘recados’ e tesouros ali escondidos.
Geise Devit
Consagrada Permanente – Pertença de Aliança