Esmola: há mais alegria em dar do que em receber

A esmola é uma forma de penitência interior. Ela é o um meio de obter o perdão dos pecados, porque faz parte da prática da caridade, caridade capaz de cobrir uma multidão de pecados (1 Pd 4,8) (CIC 1434). A conversão se realiza na vida cotidiana entre outros gestos mediante o cuidado com os pobres (CIC 1435).

Pela esmola podemos facilmente resgatar nossos pecados e atrair sobre nós as bênçãos do céu mais abundante sobre nossos bens e sobre nós mesmos. Pode-se dizer que pela esmola podemos evitar as penas eternas.

A esmola na Escritura

No livro de Tobias vemos que a esmola é uma oferenda valiosa, uma garantia para o tempo difícil e capaz de livrar da morte e preservar a alma na luz (Tb 4, 9-11). Através da esmola é possível encontrar misericórdia e alcançar a vida eterna (Tb 12, 9).

O salmista afirma ser feliz aquele que se lembra do necessitado e do pobre, porque no dia da desgraça o senhor o salvará (Sl 41(40), 2).

 No livro dos Provérbios diz que a esmola é um fator que leva ao acúmulo de bens (Pr 11, 25s), atrai a bênção de Deus (Pr 22, 9) além de afastar a penúria (Pr 28, 27).

O Eclesiástico por sua vez vai dizer que a esmola é uma maneira de enfrentar o pecado (Eclo 3, 33), conserva a beneficência do homem como a pupila dos olhos (Eclo 17, 18), e age como intercessora diante de Deus preservando do mal (Eclo 29, 15).

No Novo Testamento, observamos que a esmola tem a capacidade de purificar (Lc 11, 41), de chegar à presença de Deus, e por Ele nunca será esquecida (At 10, 4.31). Além disso, também torna o homem feliz (At 20, 35). Ela é sinal de conversão (Mt 19, 21-22; Lc 19,8), e faz acumular tesouros no céu (Mt 6, 2.4; Lc 18, 2).

A esmola e os primeiros cristãos

Nos Atos dos Apóstolos vemos que era tão grande a caridade deles que não queriam ter nada em particular. Muitos vendiam seus bens para dar dinheiro aos pobres.

No tempo dos primeiros cristãos, as pessoas de bons corações, pareciam ficar contentes por terem bens, para terem o prazer de dá-los a Jesus Cristo na pessoa dos pobres. 

Conta-se na história que um burguês ao encontrar um pobre, ficou tão comovido que chorou por causa de sua miséria. Sem nada examinar pega sua roupa de cima e lhe dá. Dias depois, ficou sabendo que esse pobre a vendera. Ficou muito triste. Ao rezar, dizia a Jesus Cristo: “Meu Deus, vejo que eu não merecia que esse pobre usasse minha roupa”. Nosso Senhor apareceu-lhe com sua roupa nas mãos dizendo-lhe: “você reconhece esta roupa” Ele se pôs a gritar: “ah, meu Deus, é a que eu dei a esse pobre”! Pois bem lhe diz Jesus Cristo: “você vê que ela não está perdida e que você me deu muita alegria dando a mim na pessoa do pobre”.

A esmola na vida dos santos

Os santos amaram tanto a esmola que pensavam que era impossível salvar-se sem ela. 

Santo Ambrósio nos diz que a esmola é quase um segundo batismo e um sacrifício propiciatório que nos faz obter graça diante de Deus. Diga-me que remorso no juízo para aqueles que desprezam e caçoam dos pobres, quando Jesus Cristo lhes mostrar que foi a Ele mesmo que injuriaram!

Na vida de São Francisco Xavier, que indo pregar no país dos bárbaros, encontrou no Caminho um pobre coberto de lepra. Deu-lhe esmola, após alguns passos, se arrependeu por não tê-lo abraçado para mostrar como compartilhava seus sofrimentos. Virando se para vê-lo, não viu ninguém. Era um anjo que se apresentava na forma de um pobre.

Quando São Martinho passava numa rua encontrou um pobre em extrema miséria. Ficou tão sensibilizado que não tendo nada para ajudar, cortou a metade da roupa e lhe deu. Contudo, na noite seguinte, Jesus Cristo apareceu-lhe com a metade de sua roupa cercado de um bando de anjos a quem dizia: “Não há nenhuma ação pela qual Deus faça tantos milagres quanto a favor das esmolas”.

Conclusão

A esmola é de um mérito tão grande aos olhos de Deus, que ela é muito poderosa para atrair sobre nós as misericórdias de Deus, que ela parece colocar nossa salvação em segurança. É necessário fazermos o que pudermos, enquanto estivermos na terra. Porém, é necessário fazê-lo com puras intenções, quer dizer, tudo para Deus e nada para o mundo. Desse modo, as esmolas nos acompanharão como defensoras diante do tribunal de Jesus Cristo.

 

Diácono Mário Antônio Caterina

Membro de Aliança

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