Um questionamento muito comum é: por que o cristão deve rezar? A resposta vem da Escritura, quando Jesus afirma que é necessário orar sempre, sem jamais deixar de fazê-lo (cf. Lc 18, 1). A afirmação do Senhor responde a pergunta. A oração é necessária, o cristão tem necessidade de orar, não se trata de uma opção. Ser necessário significa: vital, essencial, fundamental, imprescindível.
Nas origens da fé deve se concentrar o primeiro olhar do cristão que busca encontrar as razões que alicerçam a necessidade da oração. A primeira razão é dada pelo Senhor, que diz: “Vinde a mim, aprendei de mim” (Mt 11, 28-29). Por ser uma necessidade vital para o Senhor, compreende-se sua insistência para uma vida de oração, não faltaram palavras neste sentido: orai, rogai, pedi. Palavras que significam e impõem um preceito e uma obrigação, um mandamento formal. A vida pública de Jesus é o maior referencial de oração. O cristão que é chamado a ser outro Cristo; como diziam os Santos Padres da Igreja, deve aprender com Jesus, que sempre rezou, e ouvi-lo quando fala sobre a necessidade da oração.
A segunda razão é dada pela Igreja Primitiva, através de Paulo: “Sede meus imitadores, como eu o sou de Cristo” (1Cor 11, 1). É inconcebível não beber da fonte dos apóstolos e discípulos da primeira hora da Igreja, eles que sempre rezaram e fizeram da oração a sua força e o seu sustento. Ela foi o seu grande alicerce, o seu poderoso auxílio, a sua constante consolação.
Também é preciso voltar o olhar para a Tradição da Igreja, cujo ensinamento é de imensa relevância, fruto de uma intensa vida de oração.
O Catecismo afirma que orar é uma necessidade vital (cf. Cat. 2744), ou seja, é indispensável para a preservação da vida. Sendo assim, quem não ora morre. Para explicar o sentido de morte aqui empregado, é preciso olhar para as realidades últimas do ser humano. Todos morrerão e a seguir virá o juízo particular que culmina em duas possibilidades: vida eterna/salvação ou, sofrimento eterno/condenação.
A morte relacionada a não orar é um privar-se daquilo que o Senhor preparou para todos, a vida eterna. Conforme Santo Afonso de Ligório, “é impossível que se salve quem não reza”. Através da oração, o cristão tem acesso aos auxílios necessários à salvação. São João Maria Vianney ressalta o perigo da falta de oração: “A oração é para nossa alma o que a chuva é para o campo. É possível fertilizar o campo como vos apraz, mas se faltar a chuva, de nada vos servirá aquilo que fizestes. Assim também, praticai quantas obras quiserdes, mas se não orardes devidamente e com frequência, jamais alcançareis a salvação”.
A oração pode e deve ser entendida como alimento, como sustento para a alma. O cristão que deixa de se alimentar morre de inanição. Segundo São João Paulo II, “a oração é a chave da vitalidade da nossa vida. É na oração que o cristão encontra força para ir até o fim”.
Por que o cristão deve rezar?
A oração é a mais poderosa arma para combater os inimigos. Sem ela, a derrota é inevitável. Santo Agostinho não duvida que Adão caiu porque não se recomendou a Deus na hora da tentação. São Gelásio fala que a queda dos anjos rebeldes aconteceu porque não rezaram. São Carlos Borromeu adverte que entre os meios que Jesus recomendou, a oração figura em primeiro lugar, pois ela é o princípio, o progresso e o complemento de todas as virtudes.
A voz de Deus que perpassa o tempo continua ecoando a quem quiser ouvir: “Buscai-me e vivereis!” (Am 5, 4). Além disso, não podemos esquecer os benefícios que a leitura espiritual traz para a alma. Clique aqui e saiba mais.
