Para com Deus: Pelo espírito de gratidão, que vê em Deus a fonte de todos os dons naturais e sobrenaturais, que admiramos em nós e nos outros. E assim, em vez de nos envaidecermos desses dons, referimos a Deus toda a honra que lhes é devida, e reconhecemos que muitas vezes bem indigno foi o uso que deles fizemos.
Pelo espírito de dependência, que nos leva a confessar nossa incapacidade de fazer seja o que for de bom, por nós mesmos. Nesta convicção, jamais começamos uma obra sem a colocarmos sob a influência e direção do Espírito Santo e imploramos a sua graça, a única que pode remediar a nossa incapacidade.
Para com o próximo: o princípio que nos deve guiar é este: ver o que Deus nele depositou de bom, sob o duplo aspecto natural e sobrenatural; admirá-lo sem inveja nem ciúme. Se virmos o próximo cair em qualquer falta, em vez de com isso nos indignarmos, oremos pela sua conversão; e digamos sinceramente que, sem a graça de Deus, haveríamos caído em faltas muito mais graves ainda.
Para conosco: Eis o principio que devemos seguir: sem deixarmos de reconhecer o bem que há em nós, para darmos graças a Deus, devemos sobretudo considerar o que há de defeituoso, o nosso nada, a nossa incapacidade, o nosso pecado, a fim de nos conservarmos habitualmente em sentimentos de humilhação.
No uso que fazemos dos nossos talentos, não procurar brilhar, nem atrair estima dos homens, mas ser útil e fazer o bem.
É o que recomendava São Vicente de Paulo a seus missionários, e acrescentava: “Uma pessoa que prega para buscar aplausos e elogios, para conquistar a estima ou dar que falar de si, que faz essa pessoa? Um sacrilégio, sim, um sacrilégio! Pois quê? Servir-se da palavra de Deus e das coisas divinas, para adquirir honra e estimação?! Sim, é um sacrilégio!”
Praticar a docilidade intelectual, submetendo-nos não só as decisões oficiais da igreja, mas aceitando até cordialmente as direções pontifícias, ainda quando não infalíveis, dizendo-nos que há mais sabedoria nessas resoluções que em nossos próprios juízos.
Nosso fundador também nos diz que: a característica de um Filho da Cruz autêntico na prática da humildade é a aceitação da exortação. O Filho da Cruz não julga a pessoa que o exortou, mas o conteúdo, porque para nós em toda exortação há uma profecia de Deus na minha vida. A exortação é um ato de misericórdia de Deus que se dignou sair do seu trono e mover alguém para chegar em mim e dizer o que preciso melhorar, Deus misericordioso manda alguém para que esse seja profeta na minha vida, me aponte o caminho de melhora, para que eu possa dar mais frutos para Deus.
A Humildade é, pois, uma virtude muito prática e santificadora, que abraça o homem todo inteiramente; ajuda-nos a praticar as demais virtudes, sobretudo a mansidão.